Muitas pessoas acreditam que a terapia deve ser buscada apenas em momentos de crise,  quando já não se aguenta mais a dor, quando a ansiedade aperta, quando as relações chegam ao limite. É verdade que nesses momentos a psicoterapia pode ser um apoio fundamental. Mas ela também pode ser buscada quando sentimos que algo dentro de nós pede atenção, quando percebemos que não conseguimos seguir sozinhos como antes.

Não existe uma única “hora certa”, mas há sinais que podem indicar que esse é o momento de procurar ajuda:

  • quando as emoções parecem intensas demais e difíceis de serem compreendidas;

  • quando há repetição de conflitos nas relações, trazendo sofrimento;

  • quando o corpo começa a falar por meio de sintomas físicos que não se explicam facilmente;

  • quando o vazio, a insegurança ou a tristeza se tornam constantes;

  • quando você sente que não consegue ser plenamente quem é.

A terapia pode oferecer essa experiência: um encontro em que a pessoa é acolhida em sua singularidade, sem pressa, sem exigências, podendo se descobrir e se reconstruir a partir daí. O setting terapêutico funciona como um espaço sustentado, em que fragmentos da experiência encontram lugar para serem elaborados. Ali, emoções que antes pareciam caóticas podem ser nomeadas, silêncios podem ser escutados, e novas formas de estar no mundo podem emergir.

Buscar terapia não significa fraqueza. Ao contrário: é um gesto de coragem e de responsabilidade consigo mesmo. É um dizer silencioso: “minha dor merece cuidado”, “minha história tem valor”, “eu posso encontrar novos caminhos”.

Seja para atravessar crises, seja para se conhecer melhor… a terapia é um espaço de encontro consigo e com a própria vida. Muitas vezes, começar esse processo é o primeiro passo para que algo novo floresça.



Carolina Rebelo

CRP 06/141809